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Educação

PAI ESPANCA FILHA PARA QUE SEGUISSE ‘AS REGRAS DA IGREJA’, E ELA MORRE

Gilson Santos Jornalista Profissional 18229/MG

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O evangélico José Carlos de Lima, 42, disse que bateu em Larissa Rafaela Kondo de Lima(foto), 15, para o bem dela. “Eu apenas quis corrigir a minha filha dentro das regras de nossa igreja e do respeito à família”, disse ele à polícia.

Por estar namorando na praça da cidade, Cafelândia (SP), no começo da noite de terça-feira (23), Larissa primeiro apanhou da mãe e depois do pai, quando ele chegou do trabalho.

A garota levou chutes no abdômen e na cabeça e apanhou de cinta.

Larissa de Lima, 15 anos

Larissa primeiro
apanhou da mãe e
depois do pai

Algumas horas depois, na madrugada do dia 24, a garota passou mal, vomitou. Seus pais levaram-na para Santa Casa. Como piorou, eles a transferiram às pressas, já inconsciente,  para um hospital de Bauru, uma cidade vizinha. Às 6h da manhã Larissa morreu em consequência de um edema pulmonar.

A polícia prendeu Lima em flagrante por lesão corporal dolosa seguida de morte, mas não descartou a possibilidade de ter havido um suicídio — a jovem, nesse caso, teria tomado algum veneno após ter levado a surra.

Lima foi solto às 20h e não pôde ir ao sepultamento do corpo da filha, às 18h30. Em estado de choque, a mãe também não conseguiu ir ao cemitério. Cafelândia tem 16 mil habitantes e fica a 412 km de São Paulo.

Adilson Carlos Vicentini Batanero, delegado da cidade, disse que a mãe acusou o marido de ter exagerado  no castigo ao chutar a cabeça da filha. Lima nega ter dado o chute. Mesmo assim, disse o delegado, o pai vai ser indiciado e terá de responder na Justiça pela morte da filha.

Colegas de escola de Larissa afirmaram que ela se queixava da rigidez do seu pai, o que que seria uma consequência de seu fervor religioso. “Ela não podia conversar com garotos”, disse uma colega. “O pai não deixava.”

Um ex-namorado contou que pretendia falar com Lima, mas Larissa pediu que desistisse. “Se você for, ele te mata e me mata também”, teria dito a adolescente.

Uma professora afirmou que Larissa era alegre e tinha boas notas. “Ela queria ser médica.”

folha.com


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