Araxá (MG) – A cidade de Araxá se prepara para sediar, nesta terça-feira, 28 de maio, mais uma edição dos fóruns dedicados à “Promoção dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal – Patrimônio Cultural Brasileiro e da Humanidade”. O evento, uma iniciativa do Instituto Periférico, acontecerá na sede local do Sebrae, das 17h às 19h30. O encontro destacará a importância dessa iguaria tradicional, cujos modos de produção foram recentemente reconhecidos como patrimônio cultural imaterial pela UNESCO.
A iniciativa conta com a parceria local da Associação Regional dos Produtores de Queijo Minas Artesanal Araxá (Aqmara) e do Sebrae. Este fórum integra uma série de encontros regionais que buscam discutir e valorizar esse importante patrimônio cultural brasileiro.
Oportunidade para Produtores e Entusiastas
Com entrada gratuita e aberta ao público, esses encontros representam uma oportunidade única para produtores, autoridades locais e entusiastas da cultura queijeira debaterem as nuances que envolvem a produção do Queijo Minas Artesanal. Com mais de 200 anos de tradição na região de Araxá, o queijo local é reconhecido por sua massa compacta, casca firme e sabor levemente ácido, conquistando paladares em todo o país. O evento pretende reunir produtores locais, agricultores e demais agentes do patrimônio na microrregião de Araxá, que abrange onze municípios.
Gabriela Santoro, diretora-presidente do Instituto Periférico, reforça a missão do projeto: “Buscamos valorizar, por meio dos fóruns, as técnicas que envolvem a produção do Queijo Minas Artesanal, enaltecendo os saberes seculares presentes na nossa cultura alimentar. A participação das comunidades é essencial para o sucesso dessa iniciativa, que visa promover e preservar a rica tradição do estado de Minas Gerais. Este é um momento de colaboração que poderá fortalecer não apenas a identidade cultural, mas também o desenvolvimento econômico das microrregiões.”
Impacto do reconhecimento pela UNESCO
Lilian Cristina Andrade, extensionista agropecuária e integrante da Rede Queijos Artesanais da Emater-MG, destaca a importância dos fóruns como espaços de reflexão e planejamento para o futuro do Queijo Minas Artesanal, especialmente após seu reconhecimento pela UNESCO. A iniciativa visa não apenas preservar esse patrimônio, mas também valorizar as comunidades produtoras da microrregião de Araxá, reunindo uma diversidade de atores em torno de um objetivo comum.
“Com os modos de fazer do Queijo Minas Artesanal reconhecidos como patrimônio cultural e imaterial da humanidade pela UNESCO no último ano, os fóruns de discussão se tornaram fundamentais para avaliar os desdobramentos desse novo status para as queijarias. Aqui em Araxá, não é diferente: contamos com a participação de muitos agricultores familiares, além de representantes do setor empresarial e das onze cidades da microrregião. Esperamos também a presença de empresas, serviços de inspeção municipal e conselhos de turismo e desenvolvimento econômico, para debater como esse patrimônio cultural pode impulsionar o turismo e a economia local. Nosso desejo é que os participantes exponham suas necessidades, demandas e expectativas, para que possam ser ouvidos e atendidos dentro do possível. O fórum é essencial para unir ideias e construir um panorama conjunto, que permita atender as demandas dos produtores com o apoio necessário dos órgãos competentes,” afirmou Lilian Cristina Andrade.
Em 2025, o projeto “Promoção dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal – Patrimônio Cultural Brasileiro e da Humanidade” já promoveu debates enriquecedores em seis microrregiões: Entre Serras da Piedade ao Caraça, Cerrado, Serra do Salitre, Triângulo Mineiro, Serro e Diamantina, envolvendo diversas vozes da cadeia produtiva do Queijo Minas Artesanal. Esses eventos são parte da estratégia de inclusão e fortalecimento da política de patrimônio cultural nacional e estadual, fomentando um ambiente colaborativo.
O projeto é uma realização do Instituto Periférico, com recursos contemplados via Plataforma Semente | Cemais por meio do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), em parceria com a Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de Minas Gerais, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Associação Mineira do Queijo Artesanal (Amiqueijo). Parceiros locais fortalecem o projeto em cada microrregião.