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Brasil

CORRUPÇÃO ELEITORAL

Gilson Santos Jornalista Profissional 18229/MG

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Nesse momento de início do processo eleitoral nos municípios, novamente ganha

importância a necessidade do debate a respeito da compra de votos.

Essa prática, que

lamentavelmente tem crescido em todo o país, além de ilegal é imoral. Representa uma

forma de abuso do poder econômico no desvirtuamento da vontade da população no

processo de escolha de seus governantes.

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Em um regime democrático, é através da eleição que os cidadãos escolhem aqueles

que melhor representarão seus interesses e princípios. Esses representantes irão decidir em

seu nome. Logo, deve haver uma identidade e uma proximidade ideológica entre

representado e representante. A compra de votos quebra a legitimidade dessa

representação. Ela deturpa e corrompe o processo de representação democrática.

É senso comum no Brasil a idéia de que os políticos fazem parte de um agrupamento

que desfruta de pouca credibilidade. Tornou-se comum a afirmação de que o cidadão não se

sente representado pela classe política. Mas, quem escolheu cada representante político?

Não foi a própria população que depois se diz não representada?

É importante que fique claro a importância da política em seu sentido mais amplo: de

mediação das relações entre os elementos e agrupamentos em uma sociedade. Todas as

regras de convivência em sociedade são definidas pela política, sejam regras penais,

econômicas, sociais, culturais, esportivas, etc..

Nesse sentido, não existem sujeitos apolíticos. Quem assim se define, assume, na

realidade, uma posição política de concordância com o que está posto e de aceitação da

decisão dos demais. Assume o ônus e o bônus de sua postura de omissão.

Dessa forma, ao se permitir que a escolha dos representantes políticos se faça com a

importância crescente do estratagema da compra de votos, a sociedade está, de fato, pondose a venda. A compra de votos submete, progressivamente, a decisão do destino de uma

coletividade de acordo com os interesses dos detentores do poder econômico.

Como explicar que alguém gaste numa campanha eleitoral muito mais dinheiro do que

irá receber de subsídios ao longo de seu mandato? Parece lógico supor que quem faz isso

pode estar tencionando recuperar o dinheiro de outra forma.

Esse círculo vicioso espúrio se auto-alimenta. O cidadão desavisado vende seu voto

na busca um benefício imediato e egoísta. Ao agir assim, compromete um projeto de longo

prazo e de interesse coletivo. O político desonesto se corrompe, pois precisa do dinheiro

para comprar votos no próximo pleito eleitoral.

A sociedade precisa dar um basta nisso. Precisamos dar início a um círculo virtuoso,

onde as pessoas se importem em discutir as questões políticas e pensem no interesse

coletivo. Que as escolhas dos representantes sejam pelas suas qualidades e pelas suas

propostas de trabalho.

Que esse pleito eleitoral seja a oportunidade da sociedade escolher seus

representantes sem a interferência espúria da compra de votos

Jornal A Voz de Araxá.


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